O estado da Nação

De facto, neste paraíso divino à beira mar plantado, campo fecundo de parasitas, corruptos e de desocupados profissionais, algo se passa de muito, mas muito estranho, diria mesmo de inevitavelmente sinistro...

Ouviu-se falar de uma molhada de nossos patriotas, retidos em Espanha, alegadamente num regime de escravatura, que foram recentemente libertados desse jugo... Não é que esses senhores, obviamente de uma atroz perspicácia, afirmaram que não pretendem voltar à pátria lusa. Ora, se isto não é revelador do mau estado do nosso país, não sei o que o seja. Revoltam-se as entranhas, quando penso nas ilusões de toda a massa de defensores da nacionalidade, que defendem um país que não existe, ficção pura de mentes desactualizadas que acreditam que o sucesso do país está directamente ligado às vitórias naquela espécie de desporto que é o futebol, que se babam de orgulho quando o nome de Portugal é referido num filme de Hollywood, que elegem como embaixador musical o mais parolo de todos os músicos ainda vivos (outros houve que tinham esta característica mais acentuada, mas felizmente já morreram) e que continuam à espera de um rei que não prometeu apareça numa madrugada repleta de smog, massa essa que não consegue ver o óbvio: é preferivel ser escravo noutro país, que aturar o marasmo e a incompetência contraproducente que remete este país para a cauda dos ditos países desenvolvidos, no que diz respeito aos diversos indicadores mais básicos de civilização...

"Uaque upe ande semel de cofi", como dizem os americanos, temos mesmo de acordar...

Sou se calhar um palerma naif, mas ainda acredito que ainda há volta a dar, desde que não deixem o Toni Carreira cantar mais, e que os herois nacionais deixem de ser umas meninas mimadas, estupidamente bem pagas para fazer aquilo que os putos fazem quando aprendem a andar, que é andar aos chutos às coisas... e que a caça ao Noddy e ao Pokémon passem a ser actividades legais, com regulamento próprio!