Ano Novo 2008

Hoje em dia é raro o jovem cidadão que quer exercer a mui nobre profissão de pastorinho.

A civilização avançou e muito do atraso ficou para trás. A agricultura e a pecuária modernizaram-se, a produção alimentar aumentou e a população também, etc, etc, ...

Pode afirmar-se sem receio que ser pastorinho "não está a dar".

Hoje em dia todo o jovem cidadão quer exercer uma mui nobre profissão brilhante e carreira de sucesso.

Esses legítimos desejos, contudo, são cada vez mais difíceis de concretizar mesmo se merecidamente, em virtude do facto da sociedade actual estar a ser globalmente dirigida pelos mais obtusos defensores dos ideiais (errados) do "lucro em primeiro lugar" cujos efeitos se podem avaliar através das guerras em curso, no fomento do terrorismo mundial, na desumanidade e falta de solidariedade, nas alterações do clima, etc... (basta ligar a tv).

Pode afirmar-se sem receio que as oportunidades de carreiras brilhantes "não estão a dar" (a menos que se seja "prim'algo", "fi'd'algo", ou ainda "militante do partido situacionista").

Hoje em dia o jovem cidadão está rodeado de infindáveis coisas boas, fruto de tanta tecnologia, galopante avanço científico, conquistas sofridas de civilização. E contudo, ele está cada vez mais limitado no usufruto delas: ter carro ou bons transportes, casa, poder constituir família, ter um cão ou gato, praticar desporto, viajar, participar na cultura, conviver com os amigos e vizinhos, ter bom poder de compra, não estar só... está difícil.

Um governo avalia-se através de indicadores simples: por exemplo, fazer com que se consiga viver melhor, com menos preocupações.

Não foi desta maneira que começou 2008.