Com Efeito de Estufa

«(...) O ambientalismo é, em grande parte, uma das ideias mais poderosas legadas pelos EUA ao resto do planeta. (...) Tomámos consciência das nossas acções quando ainda estávamos envolvidos no processo de domínio dobre as florestas e pradarias. Em grande parte da Europa e da Ásia, os bosques foram cortados e os rios domados antes da era dos escritores. (...)
(Os ambientalistas) demarcaram pequenas ilhas de parques e vida selvagem, onde a tendência (económica destrutiva) passava ao lado. E trabalharam, sobretudo depois de Rachel Carson (autora do livro "Silent Spring"), para contrariar os efeitos secundários mais tóxicos da modernidade, lutando pela proibição de certos químicos ou pela aprovação de diplomas legais. Este movimento foi notavelmente eficaz. Mesmo quando a economia cresceu, o smog diminuiu. Pode-se hoje novamente nadar na maioria dos rios. Outros países adoptaram as suas próprias leis para o ar puro, demarcaram os seu próprios parques .(...)
Quando chegou a altura de enfrentar o aquecimento global, este tipo de ambientalismo falhou. Apesar de 20 anos de avisos cada vez mais desesperados, as emissões de dióxido de carbono dos EUA continuam a aumentar. O país recusou a adesão ao protocolo de Quioto, o único esforço internacional para controlar as emissões de gases com efeito de estufa. Algumas nações da Europa Ocidental apresentam melhores resultados, mas mesmo elas têm dificuldade em atingir as metas de redução . E o mundo industrializado está a começar a inundar a atmosfera com CO2 a uma escala "quase americana". Começamos a perceber que o fracasso era inevitável. O método ambientalista para combater o aquecimento global é fraco. (...)
(...) O dióxido de carbono é o único contaminante ambiental que nunca deu sinais de diminuir à medida que o nível de vida aumenta.»

Bill Mckibben, 2006. "Um tom de verde mais escuro". National Geographic (pt). Setembro de 2006.