APONTAMENTO DE IMPRENSA (2)

Há salários que são obscenos.

Há salários que são obscenos porque são verdadeiras fortunas reservadas a um número restrito de super-homens.

Há salários que são obscenos porque são escassíssimos e impostos à maioria dos cidadãos e nem salários deveriam chamar-se.

copiado do "Metro" de 23/2/2007

Todo o dinheiro que existe é um bem quantificável e finito como qualquer outro, sejam microships, café, barris de crude, ou chá de tília.

E, como todos os outros bens, o dinheiro encontra-se repartido um pouco por toda a parte, ou quase... porque há partes que são mais partes que outras.

Usando a alegoria do cobertor: se houver apenas um cobertor para agasalhar à justa doze irmãos, e um dos irmão roubar metade do cobertor para si, ficam os onze irmãos restantes a tenir com frio.

Ora, o modelo de sociedade que estamos todos a (ver) construir, parece ser o da legitimização da apropriação de vastas áreas do cobertor por Gestores Portugueses de Topo & Afins, por junto com simbiontes Responsáveis Políticos S.A. .

Por muitos e espectaculares que sejam os milagres ou efeitos especiais operados por santos e super-heróis, não é decente que lhes seja dado o mundo todo em bandeja de prata e que só reste a poeira da estrada para a esmagadora maioria dos mortais comuns.

Não pode ser!